Davyd Cesar Santos

quinta-feira, 15 de março de 2012

Hospital e plano de Saúde rejeitam liminar e negam atendimento

Hospital e plano de Saúde rejeitam liminar e negam atendimento

Paciente. de 26 anos, é portador de necessidades especiais e funcionário de banco em Cuiabá

KP MidiaNews/Reprodução

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Rafael Figueiredo (detalhe) é vítima de negligência do Hospital Jardim Cuiabá e do Bradesco, segundo seus familiares

KATIANA PEREIRA
DA REDAÇÃO

Familiares do bancário Rafael da Silva Figueiredo, 26, funcionário da agência central do Banco Bradesco, localizada na Rua Barão de Melgaço, no Centro da Capital, denunciaram ao MidiaNews, nesta quarta-feira (14), o que classificaram de "negligência" no atendimento médico por parte do plano Bradesco Saúde S/A e do Hospital Jardim Cuiabá.

Os familiares alegam que o bancário teve seus direitos cerceados tanto por parte do hospital quanto pelo plano de Saúde do banco.

Rafael é portador de necessidades especiais e está internado no hospital desde o dia 2 deste mês, para a realização de uma cirurgia na coluna. Em função da gravidade de seu quadro clínico, ele foi transferido para Unidade de Terapia Intensiva (UTI), no sábado (10) .

Devido às dificuldades para obter o atendimento médico, a família do bancário procurou a Justiça e obteve uma liminar que determina que o Bradesco Saúde custeie todo o tratamento médico necessário. A liminar foi concedida no dia 8 passado pela juíza da 9ª Vara Cível da Capital, Serly Marcondes Alves. O não cumprimento da decisão confere multa no valor de R$ 10 mil ao plano de Saúde.

Mesmo com a liminar em mãos, o bancário não pode fazer um procedimento médico, essencial para realização da cirurgia. Foi solicitado pelo médico Carlos José Alves um exame de broncoscopia.

Ocorre que o plano Bradesco Saúde S/A não autoriza o procedimento. A alegação é de que não existe profissional habilitado pelo plano, que atenda no Hospital Jardim Cuiabá, para realização do exame.

Cheque caução

A esposa de Rafael, a estudante Fabiane Correa Andrade, disse ao MidiaNews que recebeu uma ligação da administração do hospital, às 7h desta quarta-feira, informando que o exame só seria possível caso fosse feito um pagamento no valor de R$ 1,5 mil à vista, ou R$ 1,7 mil parcelado em duas vezes, sendo uma entrada e um cheque para 30 dias.

A reportagem esteve no Hospital Jardim Cuiabá e a administradora do local, Ivonete da Silva Prexedes, negou a exigência de cheque caução e disse desconhecer esse tipo de procedimento.

Segundo ela, a situação deve ser questionada diretamente ao Bradesco Saúde. E foi categórica ao negar que o hospital tenha cerceado os direitos do paciente. No momento em que dava entrevista ao site, a administradora garantiu que Rafael já estava na sala de exames e que, logo em seguida, seria submetido à cirurgia.

“O médico que o atende está ocupado com um outro procedimento, mas, logo que ele desocupar, o Rafael será atendido. Ele já está fazendo o exame e tudo será resolvido. Não cobramos cheque caução, mas, se o plano não paga o exame, ele será cobrado”, disse a administradora.

Cirurgia cancelada

Mesmo com todas as garantias da administradora, a cirurgia do bancário, que estava marcada para as 13h desta quarta-feira, foi cancelada por falta de pagamento da “taxa”. A administradora Cristiane Figueiredo, irmã do paciente, procurou o site e denunciou, mais uma vez, o que classificou de "negligência" do Hospital Jardim Cuiabá e do Bradesco Saúde S/A.

“É um absurdo toda essa situação. A administradora nos enganou. Assim que saímos de lá e que a reportagem [do MidiaNews] foi embora, tudo voltou à estaca zero. A cirurgia foi cancelada porque não pagamos o exame e nem demos o cheque caução. O Rafael paga o plano de Saúde, já vem descontado do salário dele, todo mês. Meu irmão trabalhou cinco anos no Banco Bradesco e só se afastou porque não não tem condições. Ele está internado na UTI, temos uma liminar e, mesmo assim, o atendimento tem sido negado”, disse Fabiana.

Outro lado

MidiaNews buscou contato com a assessoria de imprensa do Bradesco Saúde S/A, que se limitou a informar que: “A Bradesco Saúde não comenta os casos que são levados à apreciação do poder judiciário”.

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