Davyd Cesar Santos

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Dentista e Paciente: A importância do bom relacionamento!

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Para falar sobre a importância do relacionamento entre dentista e paciente, convidei para um "guest post" o Doutor Davyd Cesar Santos, advogado, professor universitário e especialista em Bioética pela Faculdade de Medicina da USP.
Vamos ao bate-papo:

*Determinadas posturas e atitudes que poderiam evitar prejuízos financeiros.
Inicialmente, é bom esclarecermos que erro na área da saúde consiste em um ato voluntário ou involuntário, direto ou indireto, caracterizado como conduta profissional imperita, imprudente ou negligente, que cause dano ao paciente.

Erro na área odontológica pode acarretar:
  • Punição administrativa (processo ético-disciplinar junto ao CRO – Conselho Regional de Odontologia);
  • Reparação Civil (processo na Justiça a fim de indenização);
  • Punição na esfera criminal (processo na Justiça a fim de apuração de crime).
Prevenção
  • Boa relação profissional da saúde – paciente.
É importante manter uma conexão harmoniosa com o paciente. Observo que profissionais da área da saúde que mantêm uma relação de confiança com seus pacientes têm menos problemas e conflitos.

* Nunca prometa milagres.

Deixe bem claro para o paciente os possíveis resultados (agradáveis ou desagradáveis). Nunca prometa o resultado, mas sim o que irá fazer diante das possibilidades científicas existentes.
* Realize sempre uma consulta prévia.
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Evite marcar diretamente o procedimento sem a consulta prévia do paciente e a devida anamnese. Comumente, o paciente entra em contato telefônico para agendar limpeza, clareamento ou qualquer tratamento. Não marque o procedimento sem antes verificar se o que o paciente quer é realmente o que ele precisa.
* Não ultrapasse seu limite de conhecimento.
Ao verificar necessidade de tratamento além de seus conhecimentos, indique um profissional de confiança devidamente habilitado.
* Anote tudo no prontuário: conduta do paciente, traços de personalidade.
Anote no prontuário do paciente todas as suas demonstrações físicas e psicológicas durante o atendimento. Ex: Paciente chorou, sofreu trauma no rosto, acidente, levou um soco, caiu na rua, etc…
Vale ressaltar que o prontuário é do paciente, porém as anotações do profissional da saúde, caso sejam feitas separadamente, são de propriedade única e exclusivamente dele.
*Seja claro quanto ao tratamento.
Informe o que irá fazer de forma simples e coloquial. Esclareça qualquer dúvida ao paciente ou ao responsável.
* Informe a evolução habitual.
Deixe bem claro ao paciente o que poderá ocorrer durante o tratamento. Indique a medicação necessária e esclareça o que poderá ocorrer caso não seja seguida a orientação, bem como as condutas necessárias para o bom resultado no tratamento.
* Não minta sobre a gravidade.
Fale sempre a verdade ao paciente quanto à gravidade do quadro apresentado.
*Implante o termo de responsabilidade.
O termo de responsabilidade é o documento utilizado para informar ao paciente suas obrigações e deveres durante o tratamento. Isso mesmo, o paciente também tem o dever de colaborar para o tratamento, não faltando às consultas e seguindo as orientações acerca da utilização do medicamento necessário e precauções na sua conduta.
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Deveres do Paciente – Fórum de Patologias do Estado de São Paulo
1- O paciente tem o dever de zelar pela própria saúde.
2-Deve ter sempre consigo seus documentos e levar para as consultas os exames, radiografias e todo o material que auxilie o diagnóstico.
3-Deve anotar todas as reações e dúvidas que surgiram durante o tratamento.
4-O paciente tem o dever de participar do tratamento, promovendo assim uma saúde melhor para todos.
(www.medicina.ufmg.br/…/2004/editais/Cartilha-Direitos-do-Paciente-SeminariosEmBioetica-08-10-2004.doc)
*Elabore um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) para cada procedimento.
O TCLE servirá para comprovar que todas as informações necessárias foram devidamente esclarecidas aos pacientes antes do início do tratamento.
Tem como finalidade a garantia do recebimento das informações pelo paciente, da sua autonomia e da delimitação da responsabilidade do profissional da saúde.
Normalmente, verifica-se que dentre as alegações do paciente, encontramos: “Eu não sabia que isso podia acontecer”, “Eu não sabia que podia ficar assim” e “O dentista não me disse”.
Por isso, o TCLE deverá conter todas as especificações do tratamento. Este documento comumente é descrito juntamente com o contrato, porém, isso não é indicado. O indicado é a elaboração de um termo individual para cada tipo de procedimento com linguagem leiga e clara, aberta à possibilidade de qualquer questionamento pelo paciente. Leia o termo juntamente com o paciente e colha a assinatura.
  • Esclareça todas as dúvidas do paciente e familiares.
  • Fotografe o pré e pós-tratamento/operatório.
  • Se desconfiar do paciente (que não irá colaborar com o tratamento), não realize o procedimento.
Por fim, chamo a atenção para o bom senso.
Muitas vezes, é preciso conter os desejos exagerados dos pacientes. Quando isso for verificado, cabe ao profissional da saúde adequar a expectativa do paciente à realidade e esclarecer o que os métodos de tratamento atuais podem trazer como resultados.
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