NOVA LEI OBRIGA COBERTURA PELOS PLANOS DE SAÚDE DO TRATAMENTO DE FERIDA CRÔNICA NO PÉ DE PACIENTES DIABÉTICOS
· 928 pessoas, por ano, na região de Sorocaba, deverão evoluir para o chamado pé diabético;
· Desde janeiro, a cobertura do tratamento especializado pelos planos de saúde é garantida pela resolução nº 262, da Agência Nacional de Saúde Suplementar.
Dados do Ministério da Saúde indicam que 7,6% da população brasileira têm diabetes. Na região de Sorocaba, esse percentual representa, aproximadamente, 60.000 pessoas, sendo que, destas, 928, por ano, deverão evoluir para o chamado pé diabético.
Este se trata da diminuição acentuada da irrigação de sangue (vascularização) nos pés - ocasionada pela diabetes -, podendo acarretar na abertura de feridas profundas na pele. O não tratamento adequado dessas lesões pode levar à amputação do membro e, em última estância, a uma infecção generalizada, que pode resultar na morte.
No entanto, um alento para todas essas pessoas é que, desde 1º de janeiro deste ano, entrou em vigor a nova lista de procedimentos prevista na Resolução Normativa - RN nº 262, da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), que obriga, entre outras, a cobertura de tratamento especializado para o pé diabético com ferida profunda (ulcerado) por todos os planos de saúde.
Este tratamento especializado chama-se oxigenoterapia hiperbárica, que nada mais é que a respiração de oxigênio pelo paciente a um nível de 100%, dentro de uma câmara especial e pressurizada. Na atmosfera, o ser humano repira oxigênio a uma proporção cinco vezes menor, ou seja, a 21%. O aumento significativo deste percentual e da pressão, 2,5 vezes a atmosférica, fazem com que seja ativada a circulação sanguínea e, com isso, a ferida do pé diabético – que sofre de déficit de vascularização – seja cicatrizada.
Em Sorocaba e região, o tratamento é oferecido pela clínica de medicina hiperbárica Oxicenter (www.oxicenter.com.br), no Jardim América. Lá, contam os médicos hiperbaristas Dr. Camilo Saraiva e Dr. Cláuber Laham, são atendidos inúmeros pacientes, entre adultos e crianças de Sorocaba e região, com problemas que vão desde feridas de difícil cicatrização ocasionadas por acidentes, passando por fístulas e deiscências (abertura de feridas operatórias) até infecções profundas e graves de pele (erisipela), infecção nos ossos, lesões após radioterapia e queimaduras graves. “O paciente não sente nenhum desconforto ou alteração durante o tratamento. Ele pode ficar assistindo à TV e falar ao interfone com a enfermeira que o auxilia durante todo o tr atamento”, descrevem os especialistas, que são membros das Sociedades Brasileira e Norte-americana de Medicina.
Cada sessão, explicam eles, dura cerca de uma hora e meia e o paciente faz tantas quantas forem indicadas. “A cobertura obrigatória desse tratamento, desde janeiro deste ano, pelos planos de saúde é de extrema importância para centenas de pacientes com pé diabético, que, com isso, podem evitar a amputação de um membro ou uma infecção generalizada que coloca em risco suas vidas”, destacam os médicos da Oxi Center.
Nova perspectiva de vida
O aposentado José Tomás Garção, de 70 anos, natural de Portugal e radicado no Brasil há 36 anos, reside hoje, com a esposa, Maria Isabel, em Itu, no interior de São Paulo. Ele é um dos milhares de pacientes que sofrem de diabetes, assim como um dos muitos que desenvolvem pé diabético e infecções graves que, no seu caso, levaram à amputação do pé esquerdo. “Eu esfreguei muito as unhas do pé com uma escovinha e acabei fazendo uma ferida. Devido à diabetes, a ferida não cicatrizou, ocasionando uma infecção grave que levou à necessidade de amputação”, conta José Tomás.
Somente agora, com direito à cobertura da oxigenoterapia hiperbárica, é que o aposentado pode realizar o tratamento especializado, que vai ajudar na cicatrização do cotó de seu pé amputado. O acesso precoce a esse procedimento poderia ter evitado, até mesmo, a perda do membro. “Com as sessões, toda a semana acontece uma melhora grande”, comemora José.
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