Davyd Cesar Santos

segunda-feira, 2 de abril de 2012

NOVA LEI OBRIGA COBERTURA PELOS PLANOS DE SAÚDE DO TRATAMENTO DE FERIDA CRÔNICA NO PÉ DE PACIENTES DIABÉTICOS

NOVA LEI OBRIGA COBERTURA PELOS PLANOS DE SAÚDE DO TRATAMENTO DE FERIDA CRÔNICA NO PÉ DE PACIENTES DIABÉTICOS

· 928 pessoas, por ano, na região de Sorocaba, deverão evoluir para o chamado pé diabético;

· Desde janeiro, a cobertura do tratamento especializado pelos planos de saúde é garantida pela resolução nº 262, da Agência Nacional de Saúde Suplementar.

Dados do Ministério da Saúde indicam que 7,6% da população brasileira têm diabetes. Na região de Sorocaba, esse percentual representa, aproximadamente, 60.000 pessoas, sendo que, destas, 928, por ano, deverão evoluir para o chamado pé diabético.

Este se trata da diminuição acentuada da irrigação de sangue (vascularização) nos pés - ocasionada pela diabetes -, podendo acarretar na abertura de feridas profundas na pele. O não tratamento adequado dessas lesões pode levar à amputação do membro e, em última estância, a uma infecção generalizada, que pode resultar na morte.

No entanto, um alento para todas essas pessoas é que, desde 1º de janeiro deste ano, entrou em vigor a nova lista de procedimentos prevista na Resolução Normativa - RN nº 262, da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), que obriga, entre outras, a cobertura de tratamento especializado para o pé diabético com ferida profunda (ulcerado) por todos os planos de saúde.

Este tratamento especializado chama-se oxigenoterapia hiperbárica, que nada mais é que a respiração de oxigênio pelo paciente a um nível de 100%, dentro de uma câmara especial e pressurizada. Na atmosfera, o ser humano repira oxigênio a uma proporção cinco vezes menor, ou seja, a 21%. O aumento significativo deste percentual e da pressão, 2,5 vezes a atmosférica, fazem com que seja ativada a circulação sanguínea e, com isso, a ferida do pé diabético – que sofre de déficit de vascularização – seja cicatrizada.

Em Sorocaba e região, o tratamento é oferecido pela clínica de medicina hiperbárica Oxicenter (www.oxicenter.com.br), no Jardim América. Lá, contam os médicos hiperbaristas Dr. Camilo Saraiva e Dr. Cláuber Laham, são atendidos inúmeros pacientes, entre adultos e crianças de Sorocaba e região, com problemas que vão desde feridas de difícil cicatrização ocasionadas por acidentes, passando por fístulas e deiscências (abertura de feridas operatórias) até infecções profundas e graves de pele (erisipela), infecção nos ossos, lesões após radioterapia e queimaduras graves. “O paciente não sente nenhum desconforto ou alteração durante o tratamento. Ele pode ficar assistindo à TV e falar ao interfone com a enfermeira que o auxilia durante todo o tr atamento”, descrevem os especialistas, que são membros das Sociedades Brasileira e Norte-americana de Medicina.

Cada sessão, explicam eles, dura cerca de uma hora e meia e o paciente faz tantas quantas forem indicadas. “A cobertura obrigatória desse tratamento, desde janeiro deste ano, pelos planos de saúde é de extrema importância para centenas de pacientes com pé diabético, que, com isso, podem evitar a amputação de um membro ou uma infecção generalizada que coloca em risco suas vidas”, destacam os médicos da Oxi Center.

Nova perspectiva de vida

O aposentado José Tomás Garção, de 70 anos, natural de Portugal e radicado no Brasil há 36 anos, reside hoje, com a esposa, Maria Isabel, em Itu, no interior de São Paulo. Ele é um dos milhares de pacientes que sofrem de diabetes, assim como um dos muitos que desenvolvem pé diabético e infecções graves que, no seu caso, levaram à amputação do pé esquerdo. “Eu esfreguei muito as unhas do pé com uma escovinha e acabei fazendo uma ferida. Devido à diabetes, a ferida não cicatrizou, ocasionando uma infecção grave que levou à necessidade de amputação”, conta José Tomás.

Somente agora, com direito à cobertura da oxigenoterapia hiperbárica, é que o aposentado pode realizar o tratamento especializado, que vai ajudar na cicatrização do cotó de seu pé amputado. O acesso precoce a esse procedimento poderia ter evitado, até mesmo, a perda do membro. “Com as sessões, toda a semana acontece uma melhora grande”, comemora José.

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